sexta-feira, 12 de setembro de 2008

O fiscal armado da democracia sul-americana

O enfrentamento na Bolívia vai assumindo proporções cada vez mais graves e é sempre bom lembrar que a Evo Morales cabe a culpa de uma postura cada vez mais confrontacionista e divisiva. Mas a derrubada de um governo democraticamente eleito não é aceitável, como bem disse o governo brasileiro. É necessário fazer de tudo para evitar a ruptura da ordem democrática na Bolívia.
Por outro lado, o coronel Chavez mostra cada vez mais seus dentes ao dizer na televisão venezuelana que : “ se derrubarem Evo, se o matarem, darão luz verde para que eu apóie qualquer movimento armado na Bolívia . Se a oligarquia e os 'pitiianques' financiados e armados pelo império derrubarem algum governo nosso, teremos luz verde para iniciar operações de qualquer tipo e restituir o poder ”. Este tipo de pronunciamento tampouco é admissível e o Brasil deveria reagir contra isso com toda clareza. Afinal quem dá licença a Chavez para ser o fiscal armado da democracia na América do Sul?

2 comentários:

Anônimo disse...

Infelizmente o Brasil não está ajudando a Bolívia a encontrar uma saída para a crise, à altura de suas responsabilidades. O problema é que o presidente Lula tem confundido o apoio à democracia e à legalidade com o apoio ao governo de Evo Morales. As declarações de afinidade ideológica e a escolha dos "mediadores" nessa mesma linha desqualificam qualquer tentativa de mediação.
A oposição boliviana tem lamentado que o governo brasileiro não tenha dado a atenção necessária a seus pontos de vista. Os diplomatas brasileiros na Bolívia não se deram ao trabalho de ouvir o que eles tem a dizer.

Felipe Lampreia disse...

O leitor tem toda a razão.Aliás o mesmo ocorre em toda a América do Sul ,onde o governo brasileiro,abandonando uma política centenária , vem sempre tomando partido até nas eleições presidenciais