domingo, 31 de agosto de 2008
A vice de McCain é uma radical
Agora que se conhece mais sobre Sarah Palin, vêm à tona alguns aspectos preocupantes de sua escolha por John McCain.A campanha até aqui foi dominada pela discussão de dois temas principais:a economia e a guerra no Iraque e no Afganistão.Mas Palin pode trazer novamente à baila os assuntos prediletos da direita religiosa e da ala mais conservadora do partido Republicano: o criacionismo anti-Darwinista ( um dos maiores disparates em que uma pessoa minimamento educada pode acreditar) ,a oposição ao aborto e ao casamento entre gays, o favorecimento do porte de armas (ela é membro da National Rifle Assciation).
O urso não deve ser provocado
A edição de hoje de "O Globo" ,domingo, publica um artigo meu sobre os perigos de atiçar o urso.Transcrevo o texto:
A Rússia ,que é o estado de maior extensão territorial do planeta , possui imensas reservas de petróleo e gás natural ,tem uma população de 142 milhões de habitantes, o 11º. PIB com 1.3 trilhão de dólares e o maior arsenal mundial de armas nucleares. É óbvio que não se pode considerá-la como um país declinante ou débil ,até por que sua economia cresce há alguns anos a taxas próximas de 8% ao ano.
Ora, foi precisamente o que fez o governo Bush ao estimular o presidente Mikheil Saakashvili a cometer a insensatez de atacar militarmente a Ossetia e a Abkazia ,onde a população é majoritariamente russa e não deseja fazer parte da Georgia.Por que digo isso?
Desde o desastre do aprendiz de feiticeiro Gorbatchov –que teve a ilusão de renovar o comunismo quando ele já estava absolutamente falido – que os Estados Unidos procuram levar a Russia a adotar os paradigmas ocidentais na política e na economia.Não o têm feito com compreensão respeitosa e paciência, mas com pressões e imposições ofendidas ante as resistências russas.Na euforia da vitória sobre a União Soviética , o presidente George Herbert Bush proclamou em 1991 o início de uma nova era de segurança e estabilidade internacionais sob a égide dos Estados Unidos.Nessa concepção, a Rússia desempenharia de início um papel semelhante ao Japão e a Alemanha no pós-guerra: países derrotados pelas armas que ficariam sob a tutela americana até serem gradualmente inseridos no veio central do Ocidente.
Assim fazendo, Washington perdeu a oportunidade histórica de estabelecer com a Rússia uma robusta cooperação estratégica.Como disse Henry Kissinger em recente artigo “ sucessivos governos americanos agiram como se a criação da democracia russa fosse um tarefa principalmente americana...Por isso, uma grande maioria dos russos considera os Estados Unidos presunçosos e determinados a minar a recuperação da Rússia”.
Ora , a Rússia precisa do Ocidente para obter mercados, investimentos, tecnologias e referências.Se algum ensinamento lhe ficou do naufrágio soviético foi de que o isolamento tem como preço o empobrecimento e o atraso.Mesmo que Putin e agora Medvedev estejam valendo-se do apoio popular maciço que desperta uma reação forte contra provocações externas, não creio que eles ignorem a verdade clara de que a Rússia não ganhará em fechar-se no seu perímetro. O Kremlin sabe que não pode recriar a Cortina de Ferro.Nesse sentido , incorporação da Hungria, da República Tcheca,da Polônia, da Romênia , da Bulgária e das três repúblicas bálticas à União Européia foi um desenvolvimento muito positivo para estes países mas a Rússia não considerou que houvesse nisso qualquer desafio ou ameaça.
Embora a secretária de Estado Condolezza Rice seja PHD em história e especialista em Rússia , o governo Bush vem tendo uma atuação temerária na questão da Georgia.Estimulou o presidente Saakashvili a subir o tom de confrontação com Moscou, prometeu-lhe garantias que não podia honrar e ,na hora do fiasco, limitou-se a mandar aviões com doações humanitárias.É óbvio que estando envolvidas em duas frentes difíceis no Afganistão e no Iraque, as forças militares americanas não poderiam atuar contra os russos no Cáucaso.É também patente que um governo enfraquecido e terminal não poderia arriscar a eclosão de um enfrentamento com a Rússia em terreno tão desfavorável.Creio que este é mais uma iniciativa , de muitas , que os ultra-conservadores da Casa Branca articularam e que tanto têm contribuído para debilitar o poder e, sobretudo, a credibilidade americana.
Não há de ser com os procedimentos que conduziram a Georgia ao recente desaire que os Estados Unidos vão estabelecer a democracia ou a independência dos países da esfera de influência russa.O motivo principal de Putin e Medvedev é preservar intacta a influência russa, é mostrar quem é a grande potência na região.Por isso, quanto mais a Rússia for provocada mais reagirá com força ,como é sua tradição há três séculos.
A Rússia ,que é o estado de maior extensão territorial do planeta , possui imensas reservas de petróleo e gás natural ,tem uma população de 142 milhões de habitantes, o 11º. PIB com 1.3 trilhão de dólares e o maior arsenal mundial de armas nucleares. É óbvio que não se pode considerá-la como um país declinante ou débil ,até por que sua economia cresce há alguns anos a taxas próximas de 8% ao ano.
Ora, foi precisamente o que fez o governo Bush ao estimular o presidente Mikheil Saakashvili a cometer a insensatez de atacar militarmente a Ossetia e a Abkazia ,onde a população é majoritariamente russa e não deseja fazer parte da Georgia.Por que digo isso?
Desde o desastre do aprendiz de feiticeiro Gorbatchov –que teve a ilusão de renovar o comunismo quando ele já estava absolutamente falido – que os Estados Unidos procuram levar a Russia a adotar os paradigmas ocidentais na política e na economia.Não o têm feito com compreensão respeitosa e paciência, mas com pressões e imposições ofendidas ante as resistências russas.Na euforia da vitória sobre a União Soviética , o presidente George Herbert Bush proclamou em 1991 o início de uma nova era de segurança e estabilidade internacionais sob a égide dos Estados Unidos.Nessa concepção, a Rússia desempenharia de início um papel semelhante ao Japão e a Alemanha no pós-guerra: países derrotados pelas armas que ficariam sob a tutela americana até serem gradualmente inseridos no veio central do Ocidente.
Assim fazendo, Washington perdeu a oportunidade histórica de estabelecer com a Rússia uma robusta cooperação estratégica.Como disse Henry Kissinger em recente artigo “ sucessivos governos americanos agiram como se a criação da democracia russa fosse um tarefa principalmente americana...Por isso, uma grande maioria dos russos considera os Estados Unidos presunçosos e determinados a minar a recuperação da Rússia”.
Ora , a Rússia precisa do Ocidente para obter mercados, investimentos, tecnologias e referências.Se algum ensinamento lhe ficou do naufrágio soviético foi de que o isolamento tem como preço o empobrecimento e o atraso.Mesmo que Putin e agora Medvedev estejam valendo-se do apoio popular maciço que desperta uma reação forte contra provocações externas, não creio que eles ignorem a verdade clara de que a Rússia não ganhará em fechar-se no seu perímetro. O Kremlin sabe que não pode recriar a Cortina de Ferro.Nesse sentido , incorporação da Hungria, da República Tcheca,da Polônia, da Romênia , da Bulgária e das três repúblicas bálticas à União Européia foi um desenvolvimento muito positivo para estes países mas a Rússia não considerou que houvesse nisso qualquer desafio ou ameaça.
Embora a secretária de Estado Condolezza Rice seja PHD em história e especialista em Rússia , o governo Bush vem tendo uma atuação temerária na questão da Georgia.Estimulou o presidente Saakashvili a subir o tom de confrontação com Moscou, prometeu-lhe garantias que não podia honrar e ,na hora do fiasco, limitou-se a mandar aviões com doações humanitárias.É óbvio que estando envolvidas em duas frentes difíceis no Afganistão e no Iraque, as forças militares americanas não poderiam atuar contra os russos no Cáucaso.É também patente que um governo enfraquecido e terminal não poderia arriscar a eclosão de um enfrentamento com a Rússia em terreno tão desfavorável.Creio que este é mais uma iniciativa , de muitas , que os ultra-conservadores da Casa Branca articularam e que tanto têm contribuído para debilitar o poder e, sobretudo, a credibilidade americana.
Não há de ser com os procedimentos que conduziram a Georgia ao recente desaire que os Estados Unidos vão estabelecer a democracia ou a independência dos países da esfera de influência russa.O motivo principal de Putin e Medvedev é preservar intacta a influência russa, é mostrar quem é a grande potência na região.Por isso, quanto mais a Rússia for provocada mais reagirá com força ,como é sua tradição há três séculos.
sábado, 30 de agosto de 2008
A vice de McCain
John McCain deve gostar de apostas fortes.Nomear como sua companheira de chapa uma pessoa tão pouco conhecida e tão inexperiente como Sarah Palin é uma jogada audaciosa.
A esperança dos republicanos é que o governadora do Alasca reforce seu apoio entre o eleitorado feminino e os cristãos evangélicos ,que formam o cerne do bloco conservador.Em seu discurso , ela mostrou logo a que veio elogiando a Hillary e dizendo que as mulheres “ ainda não acabaram sua tarefa de quebrar a vidraça que nos exclui”.
Mas Sarah Palin só governa o Alasca( que obviamente não é um estado importante) há dois anos e não tem nenhuma credencial na área de relações internacionais.Considerando a idade de John McCain (72 anos)e seu histórico de problemas de saúde , os analistas sempre disseram que seu vice deveria ser uma pessoa mais jóvem e com todas as qualificações para assumir o poder no caso de McCain faltar.Não creio que seja o caso da governadora.A idéia de te-la como presidente da República deve assustar a maioria dos eleitores americanos e preocupar os observadores estrangeiros.
O já citado James Carville disse também que John McCain é o único candidato que pode levar os republicanos à vitória em novembro.Não creio que sua escolha de vice melhore muito suas chances.
A esperança dos republicanos é que o governadora do Alasca reforce seu apoio entre o eleitorado feminino e os cristãos evangélicos ,que formam o cerne do bloco conservador.Em seu discurso , ela mostrou logo a que veio elogiando a Hillary e dizendo que as mulheres “ ainda não acabaram sua tarefa de quebrar a vidraça que nos exclui”.
Mas Sarah Palin só governa o Alasca( que obviamente não é um estado importante) há dois anos e não tem nenhuma credencial na área de relações internacionais.Considerando a idade de John McCain (72 anos)e seu histórico de problemas de saúde , os analistas sempre disseram que seu vice deveria ser uma pessoa mais jóvem e com todas as qualificações para assumir o poder no caso de McCain faltar.Não creio que seja o caso da governadora.A idéia de te-la como presidente da República deve assustar a maioria dos eleitores americanos e preocupar os observadores estrangeiros.
O já citado James Carville disse também que John McCain é o único candidato que pode levar os republicanos à vitória em novembro.Não creio que sua escolha de vice melhore muito suas chances.
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Obama em sua noite triunfal
Barack Obama viveu ontem um noite triunfal.Com todos os recursos que os magos americanos do marketing são capazes ,ele usou da melhor maneira a teatralidade que a política requer nos Estados Unidos.Obama teve um discurso firme e soube dosar combatividade com clareza de objetivos.Apresentou-se como o campeão da classe média ,caracterizando McCain como o favorito dos ricos.Enfim , foi uma performance impecável.Mas ,como disse o genial estrategista James Carville que ajudou a levar Clinton ao poder ,Barack Obama é talvez o único dos candidatos que os democratas podiam apresentar que é capaz de perder a disputa presidencial contra um representante do partido de George Bush.
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Radicalização na Bolívia
Chegou a um tal ponto o enfrentamento na Bolívia que um jornalista de grande respeito e peso ,como Humberto Vacaflor, e o governo estão envolvidos numa verdadeira "briga de foice" .Veja-se a transcrição dos primeiros parágrafos de recente artigo de Vacaflor:
"El presidente Evo Morales ha aludido a mi gremio, al de los periodistas. Dijo que los periodistas somos sucios. Yo, que llevo 50 años en el oficio, quisiera contestarle.He sido presidente de la Asociación de Periodistas de La Paz dos veces y primer presidente de la Asociación Nacional de Periodistas. También he sido secretario general de la Federación Nacional de la Prensa, en 1971.En ninguno de esos casos he tolerado, ni ocultado ni aceptado que ninguno de mis afiliados asesine a nadie, como en cambio ocurrió con el presidente cuando protegió a sus cocaleros que asesinaron a los esposos Andrade. Ningún dirigente de los periodistas ha premiado a quienes cometen un crimen, como el presidente hizo con la responsable de aquel asesinato.Nosotros, los sucios periodistas, no somos narcotraficantes, como en cambio lo es el presidente Evo Morales. El actual presidente envía pasta de coca a su colega Hugo Chávez, quien lo dijo el 6 de enero de este año en un discurso. Dijo que consume pasta de coca que le provee Evo Morales todos los días. Enviar droga al exterior es hacer trafico de drogas. Y quien hace trafico de drogas es un narcotraficante. Nosotros, los sucios periodistas, no somos en cambio narcotraficantes".
"El presidente Evo Morales ha aludido a mi gremio, al de los periodistas. Dijo que los periodistas somos sucios. Yo, que llevo 50 años en el oficio, quisiera contestarle.He sido presidente de la Asociación de Periodistas de La Paz dos veces y primer presidente de la Asociación Nacional de Periodistas. También he sido secretario general de la Federación Nacional de la Prensa, en 1971.En ninguno de esos casos he tolerado, ni ocultado ni aceptado que ninguno de mis afiliados asesine a nadie, como en cambio ocurrió con el presidente cuando protegió a sus cocaleros que asesinaron a los esposos Andrade. Ningún dirigente de los periodistas ha premiado a quienes cometen un crimen, como el presidente hizo con la responsable de aquel asesinato.Nosotros, los sucios periodistas, no somos narcotraficantes, como en cambio lo es el presidente Evo Morales. El actual presidente envía pasta de coca a su colega Hugo Chávez, quien lo dijo el 6 de enero de este año en un discurso. Dijo que consume pasta de coca que le provee Evo Morales todos los días. Enviar droga al exterior es hacer trafico de drogas. Y quien hace trafico de drogas es un narcotraficante. Nosotros, los sucios periodistas, no somos en cambio narcotraficantes".
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Obama escolhe Biden
O senador Joseph Biden ,escolhido por Barack Obama como seu companheiro de chapa, dificilmente vai acrescentar muitos votos.Nem terá sido escolhido por isso.O critério principal certamente o de reforçar as credenciais dos democratas em política externa , experiência e combatividade.Biden é senador por Delaware há décadas e portanto possui grande experiência de Washington, além de ter os cabelos brancos.Para um candidato a presidente que tem como ponto forte a sua juventude e como fraqueza sua inexperiência - especialmente em assuntos internacionais- Joseph Bidden cai como uma luva.
Pessoalmente ainda acho que Hillary Clinton seria um nome muito mais forte.Mas para Barack Obama os Clinton devem ser fator de grande desconforto.
Pessoalmente ainda acho que Hillary Clinton seria um nome muito mais forte.Mas para Barack Obama os Clinton devem ser fator de grande desconforto.
sábado, 23 de agosto de 2008
Obama perde terreno para McCain
Às vésperas das convenções partidárias, a vantagem de Barack Obama ,que era de 8 pontos percentuais em junho, caiu para 3 ou menos ,conforme a pesquisa.Os especialistas apontam alguns fatores principais:
· Embora tenha uma sólida preferência entre os jovens,os mais educados , os latinos e os negros , Barack Obama não conseguiu ainda avançar entre os eleitores brancos·
. Existe um cansaço de Obama.Numa pesquisa do Pew Center 48% dos ouvidos disseram que estão fartos de ouvir falar de Obama, enquanto só 26% fizeram a mesma referência a McCain e 38% disseram que gostariam de ouvir mais sobre o senador do Arizona.
· Obama não conseguiu superar sua maior deficência, que é a percepção de que é inexperiente demais para ser presidente.
· John McCain uniu mais os republicanos do que Obama foi capaz de conseguir com os democratas
A corrida à Casa Branca está ,pois, cada vez mais emparelhada e imprevisível.
· Embora tenha uma sólida preferência entre os jovens,os mais educados , os latinos e os negros , Barack Obama não conseguiu ainda avançar entre os eleitores brancos·
. Existe um cansaço de Obama.Numa pesquisa do Pew Center 48% dos ouvidos disseram que estão fartos de ouvir falar de Obama, enquanto só 26% fizeram a mesma referência a McCain e 38% disseram que gostariam de ouvir mais sobre o senador do Arizona.
· Obama não conseguiu superar sua maior deficência, que é a percepção de que é inexperiente demais para ser presidente.
· John McCain uniu mais os republicanos do que Obama foi capaz de conseguir com os democratas
A corrida à Casa Branca está ,pois, cada vez mais emparelhada e imprevisível.
Lugo demite chefes militares
O recém-empossado presidente do Paraguai está tentando avançar rapidamente, enquanto ainda tem grande apoio popular.Desalojar o Partido Colorado de suas posições de força ,construídas em sessenta anos de poder, constitui porém uma tarefa hercúlea para Fernando Lugo.Um começo ousado( ou uma imprudência ?) foi a demissão dos comandantes das três forças militares e de mais quinze altas patentes. As Forças Armadas e o Partido Colorado sempre tiveram uma relação íntima: Stroessner foi um caudilho militar e um líder colorado, assim como o general Rodriguez, que o depôs, e como o general Oviedo que até a última eleição era um personagem central na vida política paraguaia. Ao cortar as cabeças dos líderes militares , Fernando Lugo segue um rumo perigoso mas provavelmente inevitável.Resta a saber se terá a lealdade dos novos chefes.
Al Qaeda parece estar deixando o Iraque
Em artigo muito interessante no boletim “ Daily analysis”, do Council on Foreign Relations de Nova York ,Greg Bruno escreveu sobre a redução da presença da Al Qaeda no Iraque.Transcrevo os dois parágrafos mais expressivos:
“There’s a consensus in post-Saddam Iraq that after five years of conflict, violence is tapering off. U.S. combat deaths are at their lowest levels in months (AFP), and attacks on Iraqi civilians are on the wane. These "still fragile security gains," as the top U.S. commander in Iraq calls them, are attributable to many factors, including political progress and extra U.S. troops. But among the most celebrated has been the taming of the Sunni insurgent group al-Qaeda in Iraq. The group is linked to the attack on UN headquarters in Baghdad (nota: há cinco atrás ,em que morreu o grande brasileiro Sérgio Vieira de Melo) and many high-profile suicide bombings since then.To be sure, the group can still be lethal—U.S. military officials blamed al-Qaeda in Iraq for an early August suicide car bombing in Tal Afar that killed dozens (AP). But recent reports that the group's leaders have fled to the Afghanistan-Pakistan border region—and may be taking new recruits (WashPost) with them—have bolstered a sense that the current peace in Iraq may hold.”
“There’s a consensus in post-Saddam Iraq that after five years of conflict, violence is tapering off. U.S. combat deaths are at their lowest levels in months (AFP), and attacks on Iraqi civilians are on the wane. These "still fragile security gains," as the top U.S. commander in Iraq calls them, are attributable to many factors, including political progress and extra U.S. troops. But among the most celebrated has been the taming of the Sunni insurgent group al-Qaeda in Iraq. The group is linked to the attack on UN headquarters in Baghdad (nota: há cinco atrás ,em que morreu o grande brasileiro Sérgio Vieira de Melo) and many high-profile suicide bombings since then.To be sure, the group can still be lethal—U.S. military officials blamed al-Qaeda in Iraq for an early August suicide car bombing in Tal Afar that killed dozens (AP). But recent reports that the group's leaders have fled to the Afghanistan-Pakistan border region—and may be taking new recruits (WashPost) with them—have bolstered a sense that the current peace in Iraq may hold.”
Terceiro mandato para Uribe?
Está em plena ebulição na Colômbia o debate a respeito de um terceiro mandato para o presidente Uribe.O próprio governante colombiano teria dito a amigos que só se re-candidataria “no caso de uma hecatombe” mas não fez nenhum pronuncamento público taxativo.Na semana passada , uma petição com cinco milhões de assinaturas foi apresentada à Justiça eleitoral colombiana solicitando a realização de um referendo que permita um nova reeleição para Alvaro Uribe.
Depois de ter trazido a Colômbia de volta da beira do abismo em que se encontrava , Uribe pode ter a tentação de fazer valer seus oitenta por cento de popularidade.Líderes com muito menos aprovação não resistiram.Mas, na América Latina são numerosos os que fracassaram e se tornaram sombras do passado.Basta citar Fujimori, Sanchez de Lozada e Carlos Menem, nos últimos dez anos.Alvaro Uribe não merece essse destino melancólico.
Depois de ter trazido a Colômbia de volta da beira do abismo em que se encontrava , Uribe pode ter a tentação de fazer valer seus oitenta por cento de popularidade.Líderes com muito menos aprovação não resistiram.Mas, na América Latina são numerosos os que fracassaram e se tornaram sombras do passado.Basta citar Fujimori, Sanchez de Lozada e Carlos Menem, nos últimos dez anos.Alvaro Uribe não merece essse destino melancólico.
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Kissinger sobre a Russia
Henry Kissinger , apesar de sua idade provecta, continua a ser um dos maiores analistas de geopolítica do mundo.Seu conhecimento da história e da praxis da política internacional provavelmente não tem paralelo hoje.Após retornar de uma viagem recente à Rússia, publicou um artigo intitulado “ Uma visão não convencional sobre a Rússia” ditribuído pelo Tribune media services em 30 de junho passado.
Cito alguns trechos mais expressivos:
“ Minha impressão é que uma nova fase da política russa está em curso.”
“ Os valores de nossa sociedade nos obrigam a ter um compromisso com a evolução democrática.Mas o ritmo desta evolução será inevitavelmente russo.Podemos influir mais pela paciência e pela compreensão histórica do que por um afastamento ofendido e por exortações públicas”.
“ No passado, a segurança nacional russa tornou-se sinônimo de expansão contínua e a legitimidade doméstica foi garantida , em grande parte, pela demonstração externa de poder”.
“Embora a população russa esteja vivendo um experiência exaltante de orgulho nacional reencontrado,seus líderes compreendem o risco de alterar a nova ordem tradicional pelos métodos tradicionais da Rússia.”
O artigo precedeu de dois meses a crise com a Georgia mas sua análise profunda e lúcida contém importante material de reflexão que ajuda a por o assunto em perspectiva.
Cito alguns trechos mais expressivos:
“ Minha impressão é que uma nova fase da política russa está em curso.”
“ Os valores de nossa sociedade nos obrigam a ter um compromisso com a evolução democrática.Mas o ritmo desta evolução será inevitavelmente russo.Podemos influir mais pela paciência e pela compreensão histórica do que por um afastamento ofendido e por exortações públicas”.
“ No passado, a segurança nacional russa tornou-se sinônimo de expansão contínua e a legitimidade doméstica foi garantida , em grande parte, pela demonstração externa de poder”.
“Embora a população russa esteja vivendo um experiência exaltante de orgulho nacional reencontrado,seus líderes compreendem o risco de alterar a nova ordem tradicional pelos métodos tradicionais da Rússia.”
O artigo precedeu de dois meses a crise com a Georgia mas sua análise profunda e lúcida contém importante material de reflexão que ajuda a por o assunto em perspectiva.
Bolívia dividida
Numerosas tentativas de diálogo entre governo e oposição falharam.As greves e as confrontações indicam que o impasse atual está longe de ter sido solucionado pelo referendo revocatório, posto que este pleito apenas reforçou as respectivas posições dos adversários políticos, que foram confirmados no poder pelos eleitores.Cresce assim a preocupação de que ,sem soluções de compromisso,a Bolívia ficará cada vez mais enfraquecida pela crise que a divide.
Raul Castro e a eleição americana
A eleição presidencial americana é acompanhada com grande atenção em Havana por uma razão específica: a hostilidade do governo de Washington é uma das mais fortes bases da legitimidade do regime cubano.
Mudanças podem estar por ocorrer nos Estados Unidos depois da eleição. São vários os motivos.
O lobby cubano-americano já não tem a força política do passado.O Partido Democrata tem líderes que favorecem o levantamento do embargo a Cuba.E há fortes interesses empresariais , especialmente na area do petróleo,que pressionam pela revisão da tradicional política americana.Se estes fatores combinados levarem a mudanças na legislação americana, Raul Castro vai precisar reavaliar cuidadosamente a estratégia do regime por que vai faltar-lhe um poderoso fator de aglutinação.
Mudanças podem estar por ocorrer nos Estados Unidos depois da eleição. São vários os motivos.
O lobby cubano-americano já não tem a força política do passado.O Partido Democrata tem líderes que favorecem o levantamento do embargo a Cuba.E há fortes interesses empresariais , especialmente na area do petróleo,que pressionam pela revisão da tradicional política americana.Se estes fatores combinados levarem a mudanças na legislação americana, Raul Castro vai precisar reavaliar cuidadosamente a estratégia do regime por que vai faltar-lhe um poderoso fator de aglutinação.
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Mais uma opinião importante
Outro artigo interessante sobre a reavaliação necessária do papel dos Estados Unidos no mundo , de autoria de Eugene Robinson , editor associado do Washington Post , saiu hoje nesse importante diário da capital americana.
Leiam o parágrafo conclusivo e notem a inclusão grifada(por mim) na lista de capitais:
“Obama will probably talk more about engagement and the "international community," while McCain is likely to sound more confrontational. I'm pretty sure, though, that neither will come clean about a central truth: Our future is being decided not just in Washington but in Beijing and Moscow -- and in Riyadh, Islamabad, New Delhi, Dubai, Caracas, Abuja, Brasilia. . . .
We still have the wherewithal to lead. But we're deluding ourselves if we believe we won't have to adapt to the new reality”
Leiam o parágrafo conclusivo e notem a inclusão grifada(por mim) na lista de capitais:
“Obama will probably talk more about engagement and the "international community," while McCain is likely to sound more confrontational. I'm pretty sure, though, that neither will come clean about a central truth: Our future is being decided not just in Washington but in Beijing and Moscow -- and in Riyadh, Islamabad, New Delhi, Dubai, Caracas, Abuja, Brasilia. . . .
We still have the wherewithal to lead. But we're deluding ourselves if we believe we won't have to adapt to the new reality”
Mais um passo atrás
O governo da sra.Cristina Kirchner está dando mais um tiro no pé.
Uma grande mina de ouro e prata na fronteira do Chile com a Argentina , que pertence à canadense Barrick Gold, tem seus custos operacionais acrescidos em 900 milhões de dólares por causa de uma querela entre os vizinhos . Embora só 20% da mina situe-se em seu território, as autoridades argentinas querem 50% das receitas tributárias , com o que os chilenos não concordam obviamente.
Assim os investimentos estrangeiros na mineração –uma das áres mais promissoras para o país- acham-se a perigo pois vem sofrendo uma campanha negativa sistemática por parte do governo de Buenos Aires.A Argentina dá mais um passo para uma forte deterioração das contas fiscais.
Uma grande mina de ouro e prata na fronteira do Chile com a Argentina , que pertence à canadense Barrick Gold, tem seus custos operacionais acrescidos em 900 milhões de dólares por causa de uma querela entre os vizinhos . Embora só 20% da mina situe-se em seu território, as autoridades argentinas querem 50% das receitas tributárias , com o que os chilenos não concordam obviamente.
Assim os investimentos estrangeiros na mineração –uma das áres mais promissoras para o país- acham-se a perigo pois vem sofrendo uma campanha negativa sistemática por parte do governo de Buenos Aires.A Argentina dá mais um passo para uma forte deterioração das contas fiscais.
O coronel vai acabar virando um grande capitalista ou vai quebrar?
Além de tudo que tinha nacionalizado antes,Hugo Chavez agora expropriou fábricas de cimento da mexicana Cemex e 50% da subsidiária venezuelana da Techint – uma siderúrgica argentina.Com isso, o coronel ataca empresas latino-americanas, além das européias e americanas que nacionalizou anteriormente.Este programa visa a garantir o suprimento de insumos industriais e a reforçar o apoio sindical ao governo.É certo que as iniciativas “bolivarianas” não vai parar por aí e que os investidores estrangeiros vão fugir ainda mais da Venezuela.O que é muito menos certo é se o estado venezuelano vai ter capacidade para gerir os bens de que se apropriou.Como a resposta é provavelmente pela negativa, tudo indica que o coronel segue firme no processo de quebra da economia de seu país.
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Vladimir Putin
Recomendo a leitura de artigo intitulado: “Boundary Issues ,what Putin is doing in Georgia” do grande jornalista, laureado com Prêmio Pulitzer em 1994, David Remnick.O texto está na edição de hoje do New Yorker.
Remnick faz uma análise brilhante da atuação e das limitações de Putin e conclui: “But Putin is not Hitler or Stalin; he is not even Leonid Brezhnev. He is what he is, and that is bad enough…But Putin knows that Russia cannot bear the cost of reconstituting empire or the gulag. It depends on the West as a market. One lesson of the Soviet experience is that isolation ends in poverty. Putin’s is a new and subtler game: he is the autocrat who calls on the widow of Aleksandr Solzhenitsyn. To deal with him will require statecraft of a kind that has proved well beyond the capacities of our current practitioners”.
Remnick faz uma análise brilhante da atuação e das limitações de Putin e conclui: “But Putin is not Hitler or Stalin; he is not even Leonid Brezhnev. He is what he is, and that is bad enough…But Putin knows that Russia cannot bear the cost of reconstituting empire or the gulag. It depends on the West as a market. One lesson of the Soviet experience is that isolation ends in poverty. Putin’s is a new and subtler game: he is the autocrat who calls on the widow of Aleksandr Solzhenitsyn. To deal with him will require statecraft of a kind that has proved well beyond the capacities of our current practitioners”.
Paquistão em nova fase
Renunciou finalmente hoje ,depois de uma longa agonia política, o presidente do Paquistão ,Perez Musharaf. Não se sabe se sua saída de cena abre caminho para a democratização e para a estabilidade, mas o que se pode garantir é que o Paquistão é hoje o país mais perigoso do mundo.
Por que?
Por que?
- abriga em suas fronteiras os mais violentos terroristas do mundo -Al Qaeda e talibãs - além de servir de campo de treinamento para radicais muçulmanos de todo o mundo ,inclusive a Inglaterra.O exército paquistanês tenta em vão derrotá-los há muitos anos.
- há um conflito latente-hoje atenuado- com a India em torno do Cachemira e por razões históricas.Um corrida nuclear fez com que ambos os países tenham violado o Tratado de não-proliferação, dotando-se de armas nucleares.
- a instabilidade política tem sido fomentada pelo assassinato de numerosos líderes políticos, a exemplo de Benazir Buttho.
domingo, 17 de agosto de 2008
Opinião muito importante
Foi publicado hoje um importante artigo no “The Atlanta Journal-Constitution” de hoje intitulado “The world is no longer ours to command” por Cynthia Tucker, editora de opinião, em que ela diz:
“Mesmo que os Estados Unidos continuem a ser a superpotência mundial , hoje somos uma força muito diminuida , a primeira entre quase iguais.Hoje já não ficamos em pé sobre o mundo. Nosso blefe e nossa ameaça não são mais tão assustadoras quanto achávamos.Não seremos mais uma superpotência sem rival , este tempo passou.”
É muito interessante ver que esta idéia ,tão definidora de nossa época, começa a ser difundida e compreendida pelos formadores de opinião nos Estados Unidos. Até há pouco, seria herético para um americano influente e respeitado admitir que o país já não pode impor sua cartilha ao mundo.Tomara que o futuro presidente dos Estados Unidos leia o artigo de Cynthia Tucker.
“Mesmo que os Estados Unidos continuem a ser a superpotência mundial , hoje somos uma força muito diminuida , a primeira entre quase iguais.Hoje já não ficamos em pé sobre o mundo. Nosso blefe e nossa ameaça não são mais tão assustadoras quanto achávamos.Não seremos mais uma superpotência sem rival , este tempo passou.”
É muito interessante ver que esta idéia ,tão definidora de nossa época, começa a ser difundida e compreendida pelos formadores de opinião nos Estados Unidos. Até há pouco, seria herético para um americano influente e respeitado admitir que o país já não pode impor sua cartilha ao mundo.Tomara que o futuro presidente dos Estados Unidos leia o artigo de Cynthia Tucker.
O fim do governo Bush
Vale a pena ler um artigo no Los Angeles Times de hoje intitulado “ The plight of the lame duck ” escrito por David Greenberg .Nele o autor mostra que George Bush pode estar desacreditado mas não está morto politicamente pois seu governo continua empurrando uma agenda ultra-conservadora internamente e impulsionando aventuras internacionais com a invasão da Ossetia pela Georgia.
sábado, 16 de agosto de 2008
Renovação no Paraguai
Fernando Lugo tomou posse no Paraguai ,quebrando uma sucessão de sessenta anos de presidentes do partido Colorado.Completa-se assim uma transição que teve início com a derrubada do ditador Alfredo Stroessner em 1989 e que agora assiste à chegada ao poder de um ex-sacerdote adepto da Teologia da Libertação e bispo dos pobres.
Mas Lugo também teve um longo estágio em Roma onde terá aprendido algumas das habilidades políticas da Igreja Católica.Assim ele toma posse de simbólicas sandálias mas já demonstra pragmatismo na escolha de seu ministério.É preciso notar que ,ao contrário de seus pares na Venezuela,Bolívia e Equador, o novo presidente paraguaio não chega ao poder com uma terra arrasada da qual os partidos tradicionais foram varridos.Lugo nem sequer terá maioria no Congresso e vai ser forçado a combater muitos interesses constituídos para implementar a maior parte de sua agenda.Seu caminho será árduo.
O assunto mais suscetível de trazer-lhe amplo apoio no início é Itaipu.Este projeto binacional é , a meu ver , um grande exemplo de equidade e benefícios para ambas as partes .No Paraguai transformou-se,ao contrário, num mito de injustiça , em boa parte pela retórica demagógica do próprio Lugo.Até aqui o presidente Lula vai administrando muito bem o assunto, malgrado algumas declarações infelizes do seu chanceler sobre a necessidade de sermos generosos .Mas a solução não será fácil por que ,se o Brasil não pode ceder na revisão do Tratado , o governo paraguaio vai ser tentado a jogar muito duro também.
De todo modo, deve-se aplaudir que a transição tenha se feito em boa ordem e que haja enfim oportunidade para que o Paraguai tenha um governo honesto e preocupado com o bem comum.
Mas Lugo também teve um longo estágio em Roma onde terá aprendido algumas das habilidades políticas da Igreja Católica.Assim ele toma posse de simbólicas sandálias mas já demonstra pragmatismo na escolha de seu ministério.É preciso notar que ,ao contrário de seus pares na Venezuela,Bolívia e Equador, o novo presidente paraguaio não chega ao poder com uma terra arrasada da qual os partidos tradicionais foram varridos.Lugo nem sequer terá maioria no Congresso e vai ser forçado a combater muitos interesses constituídos para implementar a maior parte de sua agenda.Seu caminho será árduo.
O assunto mais suscetível de trazer-lhe amplo apoio no início é Itaipu.Este projeto binacional é , a meu ver , um grande exemplo de equidade e benefícios para ambas as partes .No Paraguai transformou-se,ao contrário, num mito de injustiça , em boa parte pela retórica demagógica do próprio Lugo.Até aqui o presidente Lula vai administrando muito bem o assunto, malgrado algumas declarações infelizes do seu chanceler sobre a necessidade de sermos generosos .Mas a solução não será fácil por que ,se o Brasil não pode ceder na revisão do Tratado , o governo paraguaio vai ser tentado a jogar muito duro também.
De todo modo, deve-se aplaudir que a transição tenha se feito em boa ordem e que haja enfim oportunidade para que o Paraguai tenha um governo honesto e preocupado com o bem comum.
A estratégia da difamação contra Obama
Um livro intitulado “The Obama Nation” ,recentemente publicado nos Estados Unidos, distila veneno contra o candidato democrata. Afirma que ele é um esquerdista , um muçulmano radical, um adepto das idéias racistas mais radicais do reverendo Jeremiah Wright.Estas afirmações já foram todas desmentidas cabalmente.Mas a finalidade do autor ,Jerome Corsi, não é dizer a verdade ,é repetir a mentira até que ela se torne crível para um grande número de pessoas.
Ainda a Rússia
Hoje às 23 hs e amanhã às 20,30 vai ao ar o programa Globonews Painel em que Demétrio Magnoli e eu conversamos com William Waack sobre Russia,China ,Estados Unidos e Brasil.
Acho que ficou interessante e dinâmico.
Acho que ficou interessante e dinâmico.
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Canto de cisne
É curioso ver como os Estados Unidos estão subindo o tom contra as iniciativas militares russas na Georgia.É claro que ninguém gosta de ver um pequeno país sendo atropelado pela força bruta de um vizinho poderoso.Mas a questão da Georgia não é apenas um combate de Davi contra Golias, tem aspectos territoriais e questões de minorias étnicas que não podem ser desprezadas.
Reinventar a Guerra Fria ,com um tom estridente como o que Bush está usando, nem vai resolver o problema da Ossetia, nem contribui para o bom convívio com a Russia.A mim dá a impressão de um canto de cisne dos ultra conservadores -os "neocons" que já destruiram a presidência Bush e tantos problemas internacionais criaram com o radicalismo e a truculência de suas posições.
Reinventar a Guerra Fria ,com um tom estridente como o que Bush está usando, nem vai resolver o problema da Ossetia, nem contribui para o bom convívio com a Russia.A mim dá a impressão de um canto de cisne dos ultra conservadores -os "neocons" que já destruiram a presidência Bush e tantos problemas internacionais criaram com o radicalismo e a truculência de suas posições.
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
O poder russo não aceita desafios na sua periferia
É fácil reduzir tudo a questões econômicas.Geralmente tem fundamento uma interpretação de conflitos entre nações baseada nesse enfoque.Mas ,por vezes, há risco de simplificação considerável e erro de análise .O atual conflito entre a Georgia e a Rússia é um excelente exemplo disso.
O entrevero já foi rotulado de “ guerra do oleoduto” , em referência ao “pipeline” que liga o Azerbaijão à Turquia ,escoando o petróleo do Cáucaso para o Mediterrâneo, passando pela Georgia.Deve ser dito,entre parênteses, que o próprio traçado do oleoduto foi feito de modo a evitar o território russo e os riscos que isto implicaria.Mas este é um aspecto marginal da questão.
O principal é que diversas ex-repúblicas soviéticas estão fazendo de tudo, com forte incentivo americano, para desvencilhar-se do abraço do urso.O presidente da Georgia,Mikheil Shaaksavilli,é o mais atuante líder deste movimento.Sua escalada do conflito na Ossetia do sul levou a uma pesada retaliação russa.E o motivo principal de Putin e do governo russo não é controlar o oleoduto ou o petróleo do Cáucaso :é preservar intacta a influência russa, é mostrar brutalmente quem é a grande potência na região.
Josef Stalin , embora fosse georgiano, teria entendido a lógica do Kremlin nesse episódio.
O entrevero já foi rotulado de “ guerra do oleoduto” , em referência ao “pipeline” que liga o Azerbaijão à Turquia ,escoando o petróleo do Cáucaso para o Mediterrâneo, passando pela Georgia.Deve ser dito,entre parênteses, que o próprio traçado do oleoduto foi feito de modo a evitar o território russo e os riscos que isto implicaria.Mas este é um aspecto marginal da questão.
O principal é que diversas ex-repúblicas soviéticas estão fazendo de tudo, com forte incentivo americano, para desvencilhar-se do abraço do urso.O presidente da Georgia,Mikheil Shaaksavilli,é o mais atuante líder deste movimento.Sua escalada do conflito na Ossetia do sul levou a uma pesada retaliação russa.E o motivo principal de Putin e do governo russo não é controlar o oleoduto ou o petróleo do Cáucaso :é preservar intacta a influência russa, é mostrar brutalmente quem é a grande potência na região.
Josef Stalin , embora fosse georgiano, teria entendido a lógica do Kremlin nesse episódio.
domingo, 10 de agosto de 2008
A transparência do coronel
Vale a pena ler o editorial de ontem do Los Angeles Times:
"Chavez's way
His latest power grab in Venezuela shouldn't surprise anyone; he did what he said he'd do.
It is tempting to describe the most recent attack on democracy by Venezuelan President Hugo Chavez as a sneaky, underhanded move by a tyrant insistent upon concentrating power in his hands. But that would not be accurate. Chavez is nothing if not forthcoming and transparent. When he used his sweeping decree powers this week to quietly enact a set of laws that further his socialist agenda, he was merely following through on a promise.
Last year, Venezuelans narrowly rejected the 69 constitutional amendments the president had sought, including one that would have ended presidential term limits. At that time, Chavez vowed to pursue his agenda through other channels. "Here there will be no steps back, no retreats," he said. "At this point, I'm thinking of presenting a new formula, to expand and launch a new perspective, to raise the speed of the process."
Apparently, this is the new formula. Among the new decrees are punishments, including prison terms, for business owners who balk at selling food and other items at Chavez-determined prices. Another allows the president to select regional political leaders, who will also receive Chavez-funded budgets, a move that could help him battle opposition candidates in state and municipal elections in November. A decree barring the candidacy of anyone being investigated for corruption by the controller general already has been upheld by the Chavez-friendly Supreme Court, and it will effectively keep some of the president's opponents from seeking office.
These latest decrees come just two months after Chavez issued one that would have forced citizens to cooperate with government investigations by informing on one another. Public opposition was swift, and after a storm of criticism, he withdrew it. Venezuelans are continuing to beat back Chavez's efforts to strip away their constitutional and civil rights -- they took to the streets again this week. Maybe they will teach their president the true meaning of democracy. In his mistaken understanding of the concept, Chavez said Wednesday: "They call me a tyrant -- tyrants govern without laws. We're making laws, and all those laws are for the benefit of the country."
What he has yet to learn is that democracy is never the work of just one man."
"Chavez's way
His latest power grab in Venezuela shouldn't surprise anyone; he did what he said he'd do.
It is tempting to describe the most recent attack on democracy by Venezuelan President Hugo Chavez as a sneaky, underhanded move by a tyrant insistent upon concentrating power in his hands. But that would not be accurate. Chavez is nothing if not forthcoming and transparent. When he used his sweeping decree powers this week to quietly enact a set of laws that further his socialist agenda, he was merely following through on a promise.
Last year, Venezuelans narrowly rejected the 69 constitutional amendments the president had sought, including one that would have ended presidential term limits. At that time, Chavez vowed to pursue his agenda through other channels. "Here there will be no steps back, no retreats," he said. "At this point, I'm thinking of presenting a new formula, to expand and launch a new perspective, to raise the speed of the process."
Apparently, this is the new formula. Among the new decrees are punishments, including prison terms, for business owners who balk at selling food and other items at Chavez-determined prices. Another allows the president to select regional political leaders, who will also receive Chavez-funded budgets, a move that could help him battle opposition candidates in state and municipal elections in November. A decree barring the candidacy of anyone being investigated for corruption by the controller general already has been upheld by the Chavez-friendly Supreme Court, and it will effectively keep some of the president's opponents from seeking office.
These latest decrees come just two months after Chavez issued one that would have forced citizens to cooperate with government investigations by informing on one another. Public opposition was swift, and after a storm of criticism, he withdrew it. Venezuelans are continuing to beat back Chavez's efforts to strip away their constitutional and civil rights -- they took to the streets again this week. Maybe they will teach their president the true meaning of democracy. In his mistaken understanding of the concept, Chavez said Wednesday: "They call me a tyrant -- tyrants govern without laws. We're making laws, and all those laws are for the benefit of the country."
What he has yet to learn is that democracy is never the work of just one man."
sábado, 9 de agosto de 2008
Referendo na Bolívia
As pesquisas indicam que Evo Morales vai conservar seu cargo no referendo revocatório de amanhã.Mas este voto será apenas defensivo para ele já que será preciso muito mais do que isto para mantar a unidade da Bolívia ,que se está fragmentando desde que o atual presidente assumiu o poder há dois anos e meio.
Comenta Eduardo Gamarra ,um cientista político boliviano: “ de muitas maneiras, a Bolívia é um estado fracassado.Está-se tornando uma coleção de cidadades-estado”.Evo Morales e seus ministros cada vez têm mais dificuldades de visitar as províncias do Leste do país onde a resistência às políticas é muito forte.
Mesmo que se confirme a vitória do presidente, ela se deverá apenas ao voto majoritário do altiplano e não significará derrota para os líderes de Santa Cruz e seus aliados do Oriente.
Comenta Eduardo Gamarra ,um cientista político boliviano: “ de muitas maneiras, a Bolívia é um estado fracassado.Está-se tornando uma coleção de cidadades-estado”.Evo Morales e seus ministros cada vez têm mais dificuldades de visitar as províncias do Leste do país onde a resistência às políticas é muito forte.
Mesmo que se confirme a vitória do presidente, ela se deverá apenas ao voto majoritário do altiplano e não significará derrota para os líderes de Santa Cruz e seus aliados do Oriente.
Um grande analista boliviano
Transcrevo a seguir o comentário recente de um jornalista boliviano,Humberto Vacaflor, sobre a crise que a Bolívia enfrenta:
“La crisis es una buena noticia para los bolivianos, porque finalmente presenta sólo dos proyectos claros para el futuro; el contenido en el proyecto de Constitución, y el definido en los estatutos autonómicos de los departamentos del oriente y del sur del país. La mala noticia es que estos proyectos son excluyentes entre sí.
Lo que molestó a la mitad de Bolivia es que el Gobierno se haya propuesto imponer la hegemonía de una región( nota: o altiplano onde se acha La Paz) a todo el país. Renunciar a las pretensiones hegemónicas de una región sobre el resto nos aproximaría a la solución. Ver al país como un todo sería un buen comienzo”
Vacaflor escreve para La Razón e orienta-se exatamente pelo nome de seu jornal
“La crisis es una buena noticia para los bolivianos, porque finalmente presenta sólo dos proyectos claros para el futuro; el contenido en el proyecto de Constitución, y el definido en los estatutos autonómicos de los departamentos del oriente y del sur del país. La mala noticia es que estos proyectos son excluyentes entre sí.
Lo que molestó a la mitad de Bolivia es que el Gobierno se haya propuesto imponer la hegemonía de una región( nota: o altiplano onde se acha La Paz) a todo el país. Renunciar a las pretensiones hegemónicas de una región sobre el resto nos aproximaría a la solución. Ver al país como un todo sería un buen comienzo”
Vacaflor escreve para La Razón e orienta-se exatamente pelo nome de seu jornal
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
A China triunfante
Os Jogos Olímpicos começaram hoje com um desfile de abertura assinalado pela beleza da produção e pelo forte tom nacionalista que a China deu ao espetáculo.
Não há dúvida de que a China está usando os Jogos para seus propósitos políticos e não apenas para celebrar sua emergência como um potência mundial.Um de seus objetivos principais é verificar em que medida pode ditar as regras tanto para organismos internacionais quanto para outros países.
Hoje, no dia da abertura das Olimpíadas, tudo indica que a China está cada vez mais confiante em poder atingir seus objetivos de reconhecimento e de afirmação no cenário internacional.
Não há dúvida de que a China está usando os Jogos para seus propósitos políticos e não apenas para celebrar sua emergência como um potência mundial.Um de seus objetivos principais é verificar em que medida pode ditar as regras tanto para organismos internacionais quanto para outros países.
Hoje, no dia da abertura das Olimpíadas, tudo indica que a China está cada vez mais confiante em poder atingir seus objetivos de reconhecimento e de afirmação no cenário internacional.
O Irã pratica um perigoso cabo de guerra
No dia 5 de agosto passado, as grandes potências (cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha )deram um ultimato ao Irã: suspenda seu programa de enriquecimento nuclear.Em troca ,era oferecida a garantia de que não haveria mais sanções econômicas.O Irã recusou.
Poucos países têm essa picardia.Em realidade, o Irã parece estar testando a unidade de propósitos do grupo e “ fazendo cera” para ver se o 5+1 leva adiante suas ameaças de impor mais sanções e até ,no limite, de usar a força militar. Alguns analistas consideram que a aposta iraniana é no sentido de que os membros do grupo têm agendas geopolíticas diferentes e não se manterão coesos por muito tempo.
Este comportamento tático não leva porém em conta que Israel está cada vez mais convencido de que existe por parte do Irã uma ameaça intolerável à sua segurança e pode perfeitamente , cedo ou tarde,agir em função disto.
Poucos países têm essa picardia.Em realidade, o Irã parece estar testando a unidade de propósitos do grupo e “ fazendo cera” para ver se o 5+1 leva adiante suas ameaças de impor mais sanções e até ,no limite, de usar a força militar. Alguns analistas consideram que a aposta iraniana é no sentido de que os membros do grupo têm agendas geopolíticas diferentes e não se manterão coesos por muito tempo.
Este comportamento tático não leva porém em conta que Israel está cada vez mais convencido de que existe por parte do Irã uma ameaça intolerável à sua segurança e pode perfeitamente , cedo ou tarde,agir em função disto.
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Quem planta ventos...
Com a escalada das manifestações da oposição que impediram a visita da dupla Hugo/Cristina e, mais grave ,perturbaram profundamente a celebração da data nacional ontem, o presidente Morales vai assistindo ao feitiço virar contra o feiticeiro.
Sua carreira política foi feita de agitação e propaganda , tendo derrubado dois presidentes: Sanchez de Losada e Carlos Mesa. Agora , depois de ter insuflado a luta de classes em diversos aspectos da sociedade boliviana, inclusive colocando em perigo a unidade nacional, Evo colhe tempestades violentas e está quase perdendo o controle da situação.Até o (muy) amigo Chavez já diz que se ele tiver que ir embora irá em paz...
Sua carreira política foi feita de agitação e propaganda , tendo derrubado dois presidentes: Sanchez de Losada e Carlos Mesa. Agora , depois de ter insuflado a luta de classes em diversos aspectos da sociedade boliviana, inclusive colocando em perigo a unidade nacional, Evo colhe tempestades violentas e está quase perdendo o controle da situação.Até o (muy) amigo Chavez já diz que se ele tiver que ir embora irá em paz...
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Papelão
Que grande sucesso a visita dos salvadores Cristina e Hugo à Bolívia! Nem passaram da fronteira.Evo deve ter ficado triste por que está mesmo muito precisado de " una mano".
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Salvação da Bolívia
Evo Morales continua audaz e resoluto rumo ao abismo. Com o chamado referendo revocatório o presidente boliviano visava a re-legitimar seu mandato debilitado e a enfraquecer o movimento autonomista .O tiro está saindo pela culatra por que o grande culpado crise de unidade nacional é o próprio Evo.
Mas , para seu consolo e alívio , chegam hoje a Tarija para “darle uma mano” os grandes líderes Cristina e Hugo.A pátria está salva.
Mas , para seu consolo e alívio , chegam hoje a Tarija para “darle uma mano” os grandes líderes Cristina e Hugo.A pátria está salva.
A Turquia escapa do desastre
Na semana passada, a já complicadíssima relação entre o Islamismo e o Ocidente escaparam por pouco de uma grave crise.A Turquia ,um importante estado laico e democrático com forte população muçulmana,quase sofreu um enorme desastre.Se a Corte Constitucional tivesse banido o Partido da Justiça e do Desenvolvimento ,atualmente no poder, teriam ocorrido três graves retrocessos:
1. Os partidários de uma adesão simultânea à democracia política e aos preceitos da religião muçulmana – a maioria que elegeu o governo de Tayip Erdogan e Abudullah Gul- teriam sido desiludidos em suas expectativas de compatibilização entre estes dois pilares fundamentais .A lição não deixaria de ser ouvida em todo o mundo islâmico.
2. A legitimidade democrática teria sido frustrada pois setenta e um líderes do partido-inclusive o Presidente da República e o Primeiro Ministro teriam sido banidos por cinco anos e isto há menos de um ano de uma eleição consagradora.
3. As chances de adesão da Turquia à União Européia seriam destruídas e ,com isso, se perderia a oportunidade definitiva de inserção do grande país muçulmano na Europa moderna
Felizmente que ,por um único voto, a Corte evitou o pior cenário.
1. Os partidários de uma adesão simultânea à democracia política e aos preceitos da religião muçulmana – a maioria que elegeu o governo de Tayip Erdogan e Abudullah Gul- teriam sido desiludidos em suas expectativas de compatibilização entre estes dois pilares fundamentais .A lição não deixaria de ser ouvida em todo o mundo islâmico.
2. A legitimidade democrática teria sido frustrada pois setenta e um líderes do partido-inclusive o Presidente da República e o Primeiro Ministro teriam sido banidos por cinco anos e isto há menos de um ano de uma eleição consagradora.
3. As chances de adesão da Turquia à União Européia seriam destruídas e ,com isso, se perderia a oportunidade definitiva de inserção do grande país muçulmano na Europa moderna
Felizmente que ,por um único voto, a Corte evitou o pior cenário.
Surpresas do coronel
Chavez intrometeu-se ontem na conversa de Lula com Cristina Kirchner , com todas as implicações desagráveis que um “ penetra” causa.Mas não terá sido por acaso que Lula foi confrontado com o imprevisto de ver o coronel saltando de uma caixinha de surpresas na Casa Rosada em Buenos Aires.
Primeiro motivo: Chavez tem a Argentina na mão por que lhe financia os buracos nas contas internacionais.E Chavez queria aparecer com suas idéias ridículas e totalmente inviáveis como trem de Caracas a Buenos Aires,o gasoduto do sul e outras piadas, para mostrar quem realmente pensa na integração sul-americana e tem cacife para bancá-la.
Segundo motivo: o prazer que Cristina e o coronel sentem em provocar Lula e deixá-lo mal.A argentina por que ficou aborrecida com a posição do Brasil nas negociações da OMC em Genebra.O venezuelano por que vê em Lula seu único rival sério pela liderança sul-americana.
Primeiro motivo: Chavez tem a Argentina na mão por que lhe financia os buracos nas contas internacionais.E Chavez queria aparecer com suas idéias ridículas e totalmente inviáveis como trem de Caracas a Buenos Aires,o gasoduto do sul e outras piadas, para mostrar quem realmente pensa na integração sul-americana e tem cacife para bancá-la.
Segundo motivo: o prazer que Cristina e o coronel sentem em provocar Lula e deixá-lo mal.A argentina por que ficou aborrecida com a posição do Brasil nas negociações da OMC em Genebra.O venezuelano por que vê em Lula seu único rival sério pela liderança sul-americana.
domingo, 3 de agosto de 2008
Chance zero 2
A coluna dominical de importante jornalista afirma que "o chanceler Celso Amorim
desmente os murmúrios de que almeja o lugar do diretor geral da OMC,Pascal Lamy" ,mas
insinua que talvez seja apenas uma postura tática.Não deve ser por que ,se fosse, a chance de êxito seria zero.
desmente os murmúrios de que almeja o lugar do diretor geral da OMC,Pascal Lamy" ,mas
insinua que talvez seja apenas uma postura tática.Não deve ser por que ,se fosse, a chance de êxito seria zero.
Chance zero
A ligação telefônica de Lula para Bush apelando pela salvação da Rodada Doha é
absolutamente inútil.O presidente deveria ser poupado de iniciativas sem sentido.
absolutamente inútil.O presidente deveria ser poupado de iniciativas sem sentido.
sábado, 2 de agosto de 2008
O fracasso de Doha: as razões da China e da India
Os problemas dos governos da India e da China com a abertura de seus mercados agrícolas não podem ser subestimados.
A China já está importando 41 bilhões de dólares, um aumento de 28% sobre 2007, para poder satisfazer a demanda de sua nova classe média.Mas as populações rurais colocam fortes pressões para limitar este crescimento das importações que inviabilizaria a oferta nacional,produzida de modo menos eficiente.
Já o governo da India sofre o mesmo desequilíbrio e enfrenta uma revolta armada por parte do movimento naxalita ,uma violenta insurgência maoista,que recruta seus integrantes entre os camponeses pobres.Assim ,se o governo de Nova Delhi aceitasse acordos que liquidassem o setor agrícola ,sua chance de sobrevivência seria nula.
Com estas graves complicações domésticas ,ambos os países estão pouco preocupados em chegar a entendimentos com os países do Primeiro Mundo,que percebem como hipócritas capazes de fazer muitas exigências mas não de reduzir seus subsídios e seu protecionismo agrícola.
A China já está importando 41 bilhões de dólares, um aumento de 28% sobre 2007, para poder satisfazer a demanda de sua nova classe média.Mas as populações rurais colocam fortes pressões para limitar este crescimento das importações que inviabilizaria a oferta nacional,produzida de modo menos eficiente.
Já o governo da India sofre o mesmo desequilíbrio e enfrenta uma revolta armada por parte do movimento naxalita ,uma violenta insurgência maoista,que recruta seus integrantes entre os camponeses pobres.Assim ,se o governo de Nova Delhi aceitasse acordos que liquidassem o setor agrícola ,sua chance de sobrevivência seria nula.
Com estas graves complicações domésticas ,ambos os países estão pouco preocupados em chegar a entendimentos com os países do Primeiro Mundo,que percebem como hipócritas capazes de fazer muitas exigências mas não de reduzir seus subsídios e seu protecionismo agrícola.
Assinar:
Postagens (Atom)