Com a aproximação das Olimpíadas de Pequim- em que a China pretende dar uma demonstração de modernidade,pujança e equilíbrio- houve algumas retificações na política externa chinesa destinada a atenuar a imagem de apoio oportunista a diversos regimes marginalizados pelos países ocidentais como Myanmar, Sudão e Coréia do Norte. Nos três casos,a influência chinesa fez-se sentir para forçar atitudes mais abertas e receptivas ao diálogo por parte destas países.
Subsistem ,porém, graves problemas na China que suscitam críticas muitos fortes por parte de organizações não-governamentais ou mesmo de alguns governos. Para os dirigentes chineses ,os casos mais sensíveis são Taiwan, a seita Falun Gong e o Tibet.Há muitas outras questões- como a da liberdade na internet, pena de morte amplamente utilizada, condições carcerárias , direitos de minorias etc... Os Jogos Olímpicos serão uma ocasião para testar o governo de Pequim e mesmo para provocá-lo. Os muitos opositores da China vão agora escalando seus desafios. O caso do Tibet é certamente parte deste contexto.Sua visibilidade é realçada pela respeitada figura do Dalai Lama , o chefe espiritual dos tibetanos, e pelos monges com suas vestes açafrão.A China não hesitou em reprimir com força as manifestações em Lhassa. Será esta a resposta que Hu Jintao e seus colegas de partido e governo pretendem dar às contestações mais graves ? No caso de Taiwan e da seita Falun Gong certamente a reação será semelhante à do caso tibetano.
Em que medida estes conflitos afetarão o desenrolar dos Jogos Olímpicos de Pequim? É impossível fazer uma previsão no momento em que o endurecimento no Tibet marca um agravamento das tensões.
quarta-feira, 19 de março de 2008
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