Ben Bernanke, o atual chairman do Federal Reserve, é um acadêmico consagrado.Em toda sua carreira , estudou aplicadamente os temas cruciais do banco central americano ao longo da História e publicou “papers” importantes sobre todos eles.É um homem discreto , sem carisma, que chegou a esta posição importantíssima sem ter tido qualquer experiência prática no mundo da alta finança.Sucedeu a Alan Greespan , que é exatamente o contrário: um profissional com imensa bagagem profissional tanto no setor público quanto no empresarial, uma reputação de oráculo, um grande magnetismo pessoal , enfim ,uma lenda. Ora , o contraste não parecia ser tão prejudicial a Bernanke por que a economia americana navegava em mar de almirante. De repente ,verificou-se que o mercado imobiliário despencou, as tubulações do crédito estão entupidas,o preço do petróleo passou de cem dólares o barril,as pressões inflacionárias são mundiais e a recessão ameaça a economia americana.
Greenspan aposentou-se em 2006,mas a Bernanke coube comandar a política monetária dos Estados Unidos em tempos difíceis. Seu dilema consiste em combater os riscos de recessão ou ficar firme na política anti-inflacionária que , em tese , deve ser a primeira preocupação do Fed.Nesta semana, ao depor no Congresso americano, vimos um Bernanke tenso e um tanto inseguro anunciar que a primeira prioridade é evitar a recessão e indicar que o banco central está pronto a reduzir novamente os juros depois de já tê-lo feito ,emergencialmente, duas vezes nas últimas semanas.
Será que esta decisão , acoplada ao pacote de estímulos que o governo propôs e o Congresso aprovou, será suficiente para deter a tendência negativa da economia americana? As opiniões estão divididas ,não se sabe.Mas a maioria dos observadores não esconde uma certa saudade de Greenspan.
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
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