As reformas de Sarkozy

Nicolas Sarkozy foi eleito com uma plataforma de reformas profundas ,capazes de tirar a economia francesa da rigidez que a impediu, nos últimos anos ,de ter performance comparável à alemã, à britânica ou à espanhola ,para só citar países da União Européia.Os eleitores aprovaram este programa explicitamente transformador e o jovem presidente francês começou seu mandato atirando em todas as direções.Mas ,como acontece sempre na França, as resistências à mudança aumentaram e a popularidade de Sarkozy caiu muito, em parte por culpa de seu comportamento pessoal.O ano começa com condições econômicas e políticas menos favoráveis do que no início de sua presidência.Embora os analistas considerem que o ímpeto reformista não está esgotado , é certo que as chances de êxito de Sarkozy são menores do que no marco zero de seu governo.

Saudades de Alan Greenspan?

Ben Bernanke, o atual chairman do Federal Reserve, é um acadêmico consagrado.Em toda sua carreira , estudou aplicadamente os temas cruciais do banco central americano ao longo da História e publicou “papers” importantes sobre todos eles.É um homem discreto , sem carisma, que chegou a esta posição importantíssima sem ter tido qualquer experiência prática no mundo da alta finança.Sucedeu a Alan Greespan , que é exatamente o contrário: um profissional com imensa bagagem profissional tanto no setor público quanto no empresarial, uma reputação de oráculo, um grande magnetismo pessoal , enfim ,uma lenda. Ora , o contraste não parecia ser tão prejudicial a Bernanke por que a economia americana navegava em mar de almirante. De repente ,verificou-se que o mercado imobiliário despencou, as tubulações do crédito estão entupidas,o preço do petróleo passou de cem dólares o barril,as pressões inflacionárias são mundiais e a recessão ameaça a economia americana.
Greenspan aposentou-se em 2006,mas a Bernanke coube comandar a política monetária dos Estados Unidos em tempos difíceis. Seu dilema consiste em combater os riscos de recessão ou ficar firme na política anti-inflacionária que , em tese , deve ser a primeira preocupação do Fed.Nesta semana, ao depor no Congresso americano, vimos um Bernanke tenso e um tanto inseguro anunciar que a primeira prioridade é evitar a recessão e indicar que o banco central está pronto a reduzir novamente os juros depois de já tê-lo feito ,emergencialmente, duas vezes nas últimas semanas.
Será que esta decisão , acoplada ao pacote de estímulos que o governo propôs e o Congresso aprovou, será suficiente para deter a tendência negativa da economia americana? As opiniões estão divididas ,não se sabe.Mas a maioria dos observadores não esconde uma certa saudade de Greenspan.

As FARCS

Na nota "Gangorra" de 5 de fevereiro passado, havia-se registrado aqui o grande repúdio que as FARCs sofrem na Colômbia.Embora qualquer consideração democrática de legitimidade ou apoio político não lhes importe muito , estes senhores devem ter achado que algum gesto positivo não seria de todo ruim.Iniciaram então ,a conta-gotas, um processo de libertação de sequestrados.E isto já está-lhes rendendo dividendos de publicidade e até gratidão.
Seria bom que ninguém esquecesse- e muito menos nenhum governo democrático como o nosso- que as FARCs são uma organização criminosa que trafica com drogas, colabora com bandidos como Fernandinho Beira-Mar, sequestra e mantem pessoas em cativeiro para obter resgates ,além de pegar em armas há décadas contra um governo legal e constitucional, como o da Colômbia.As FARCs não são ,portanto,um partido político legítimo e nem deveriam merecer qualquer consideração.

Bolsas

As duas bolsas chinesas estão em baixa prolongada.A de Xangai já caiu mais de 30% desde outubro.Se esta tendência persistir e a bola de neve ocorrer, vai–se poder falar de um colapso. Isto ocorre magrado a excepcional performance da economia chinesa e a necessidade que o governo de Pequim tem de manter as aparências a poucos meses das Olimpíadas.
Enquanto isso, a nossa BOVESPA não só recuperou como já ultrapassou os níveis mais altos do ano passado.É bom ,entretanto ,que o governo não comece a dizer que o Brasil já está desbancando a China como a locomotiva do mundo.

Déficit de gás

A dupla Nestor e Cristina Kirchner desarrumou a política energética da Argentina de tal modo que, agora, para evitar um mega-apagão (que pode ocorrer se o inverno for rigoroso) precisa correr atrás de soluções paliativas.A curto prazo, como já comentado aqui , não virá muita ajuda nem do Brasil ,nem da Bolívia.Resta então ir atrás de uma ajudinha do coronel.Lá vai a presidenta a Caracas pedir um reforço de diesel e óleo combustível para substituir o gás natural escasso.
O déficit de gás – que resulta de erros de política governamental- vai durar um bom tempo e vai, seguramente, ser um obstáculo ao crescimento econômico da Argentina.

Protecionismo em alta

No Partido Democrata, os dois candidatos competem para mostrar quem é mais protecionista.Hillary fez uma declaração incrível no debate de ontem,dizendo que “era contra o NAFTA desde o começo mas não podia falar por que estava no governo.”Já Obama retrucou que era mentira pois Hillary já tinha dito que o tratado tinha sido “bom para a América”.Recorde-se que o NAFTA foi um dos pontos altos do governo Clinton, ajudando o marido de Hillary a derrotar pesadamente em 1996 a Ross Perrot, que gastou milhões de dólares para vender a tese de que “esse acordo representava um gigantesco ralo por onde sumiam os empregos americanos” .
O NAFTA é o paradigma dos acordos bilaterais de comércio. Como ambos os democratas anunciam seu propósito de renegociá-lo para acrescentar clásulas ambientais e trabalhistas(obviamente protecionistas) e um deles deve ser o próximo presidente dos Estados Unidos, o livre comércio vai provavelmente sofrer mais um golpe duro.

Obama e JFK

É frequente hoje nos Estados Unidos ouvir que Barack Obama é um novo John Kennedy.Será?
Sem dúvida , existe um profundo descontentamento com os rumos do país.Ouvi de um grande estudioso de pesquisas de opinião que mais de 70% dos americanos julgam que a vida de seus filhos será pior do que a sua e que o prestígio e o poder dos Estados Unidos no mundo nunca estiveram tão baixo.Obama de algum modo representa uma promessa de novos horizontes.Com sua oratória brilhante, conseguiu tornar-se o político do momento, o homem que dá maior energia à idéia de um novo papel de seu país no cenário internacional.Do ponto de vista da comunicação , Barack é fortíssimo e por isso o paralelo com o líder mítico dos anos 60.
A campanha contra sua irresistível ascenção vai agora sendo focada na sua capacidade de conduzir os Estados Unidos. Naturalmente , surgem também argumentos mais baixos sobre a pessoa de Obama,mas sempre haverá algum jogo menos limpo contra um candidato que lidera as pesquisas. As perguntas que estão na mente dos céticos de mais peso são : um homem que nunca geriu nada , pode ser presidente ? As brilhantes idéias que ele apresenta com tanta eloquência têm substância e viabilidade? Será que ele seria capaz de crescer quando confrontado com desafios tremendos como JFK na crise dos mísseis de 1962, que quase levou o mundo à guerra nuclear?
O paralelo com Kennedy é poderoso pelo apelo mediático de Barack Obama.Mas as perguntas no ar não podem ser desprezadas.

Trigo cada vez mais caro

Como eu havia comentado há algum tempo, continua a haver uma elevação forte dos preços de trigo.Ontem foi superada a marca recorde de 2003, com uma alta de 25% desde janeiro deste ano.Diversos grandes produtores como Cazaquistão,Russia e Argentina estão impondo tarifas à exportação para limitar as vendas.
As consequências são várias:
· O Wall Street Journal reporta que esta alta ,junto com a do petróleo, está ocasionando pressões inflacionárias em todo o mundo;
· O Programa Mundial de Alimentos da FAO fez ontem anúncios dramáticos sobre o impacto negativo na ajuda aos países mais pobres ;
. Para o Brasil , vai haver um aumento da conta de importações, já em marcha com o real forte como está;
· Será que esta alta de preços vai ter efeito positivo sobre as negociações da Rodada Doha, como dizem alguns?Tenho minhas dúvidas.

A integração energética regional falhou

Como esperado ,a reunião de cúpula a três(Lula,Cristina Kirchner e Evo Morales) em Buenos Aires foi inconclusiva e o impasse energético continua.O cobertor é curto pois:
-a Bolívia afugentou os investidores e não houve aumento de produção;
-por sua vez ,a Argentina que há vários anos leva a cabo uma política energética populista e ruinosa , deixou de ser um produtor suficiente para atender suas necessidades;
-o Chile ,que confiou no suprimento de gás argentino e construiu vários gasodutos para transportá-lo, está agora numa sinuca;
-O Brasil ,que também confiou no gás da Bolívia, não tem alternativa a curto prazo se não insistir no cumprimento do contrato de 30 milhões de metros cúbicos, como vem fazendo o governo;
Os riscos de um apagão regional são bastante grandes , particularmente se vier um inverno rigoroso.Na Argentina e no Chile ,em especial, o racionamento de energia pode causar abalos políticos.

Transição em Cuba?

A eleição de Raul Castro no domingo e as notícias que vem de Havana confirmam o que eu havia dito na nota de sábado passado:nada de novo em Cuba ,Fidel sempre firme no poder real e apenas pequenos sinais de abertura.Mas a escolha apenas de veteranos da Sierra Maestra para ocupar novos postos importantes combinada com nenhuma promoção para Lage ( reformista inteligente de cinquenta e poucos anos) ou Felipe Perez Roque( de 42 anos e o pitt-bull de Fidel) pode indicar que não ainda consenso sobre como caminhar. Como sói acontecer nas transições de regimes fechados, a coesão talvez não seja tão grande assim no Partido Comunista que permita sinalizar rumos novos.

Triste Zimbábue

Roberto Mugabe é um prodígio.Aos 84 anos, acaba de lançar sua candidatura à reeleição para um sexto mandato.E deve ganhar ,por que as condições eleitorais não permitem outra alternativa.O extraordinário é que isto se passa com a inflação anual chegando a 100.000%, o desemprego a 80%, enquanto a fome grassa e a economia produtiva está em ruínas. Mugabe ,que já foi um grande líder da independência de seu país , hoje é a vergonha da África.
Seria bom que o Brasil tomasse discretamente suas distâncias deste lamentável tirano.

Urânio

Com o retorno da energia nuclear como uma fonte limpa e confiável ,a projeção para o crescimento da demanda por urânio até 2030 é de quase 300%.O Brasil pode se tornar uma grande produtor já que apenas um terço das nossas reservas potenciais foram mapeadas e o preço já se situa a 90 dólares por libra peso,comparado com menos de 10 dólares há alguns anos.
Existe aí uma bela possibilidade de diversificar nossa matriz energética e aumentar o peso internacional do Brasil.Será porém necessário que o governo implemente políticas corretas , permitindo o pleno desenvolvimento deste setor estratégico.
Combinado com as importantes perspectivas para as reservas de petróleo e gás no pré-sal , o crescimento da nossa oferta de urânio poderá fazer do Brasil uma potência energética de gabarito mundial.

Oportunidade diplomática?

A Folha publicou uma interessante matéria sobre um suposto diálogo entre Raul Castro e Lula ,durante a recente visita do presidente brasileiro a Cuba.Segundo o diário paulista, Raul teria dito que o “Brasil é um parceiro muito mais desejável do que a Venezuela de Chavez” .
A motivação de Raul seria a de fazer com que o prestígio de Lula junto a Bush possa atenuar a ativismo americano na transição cubana. Lula teria dito que isto dependeria de uma maior abertura política em Cuba.
E´ claro que não haverá confirmação da notícia.Mas se for verdadeira, surge uma oportunidade rara , embora difícil, de afirmar um papel muito positivo para a diplomacia brasileira.

Xenofobia

A Argentina deu mais um tiro no pé.O governo rescindiu um benefício fiscal que era concedido legalmente às empresas mineradoras e, com isso , vai restringir os investimentos que estavam entrando.Isto confirma a insegurança jurídica e a hostilidade com as empresas estrangeiras que tem marcado a gestão dos Kirchners.No momento em que foi anunciada a boa nova do crescimento de 8,7% do PIB em 2007 , vem esta medida que mostra como o governo atrapalha uma economia vigorosa.

Gás da Bolívia de novo

O governo e a Petrobrás continuam firmes sobre o gás da Bolívia.Ótimo.Só o ministro Amorim cada vez está mais constrangido com esta firmeza.

Fidel curte a aposentadoria

No dia seguinte de sua renúncia definitiva,Fidel já está tripudiando no Gramma.Há razões para sua satisfação:
1. É óbvio que ele não vai deixar de ser o “big brother” vigiando Raul e não permitindo que seus sucessores exagerem na mudança .
2. A transição está sendo suave e a abertura vai ser, como dizia Geisel, lenta,gradual e controlada.
3. Só os Estados Unidos ficam mal na foto pois continuam tentando em vão decretar o fim rápido do regime comunista.Estes esforços só servem para atrapalhar a transição e reforçar a mão dos fidelistas.

Protecionismo agrícola em sua pior face

O Congresso dos Estados Unidos está perto de aprovar uma nova legislação agrícola:o "Farm Bill".Há vários anos- e em especial no ano passado, os parlamentares americanos votaram ,como vem ocorrendo sempre, uma lei cada vez mais onerosa para os contribuintes (atualmente os projetos em consideração no Senado e na Câmara montam ,cada um ,a cerca de 280 bilhões de dólares em cinco anos).Esta legislação beneficia um número cada vez menor de agricultores ( dois terços dos fazendeiros não recebem nada).Além disso, há programas de apoio a preços mínimos, subsídios com pagamento diretos aos agricultores,concentração regional das vantagens e todo um cortejo escandaloso de distorções que contrariam frontalmente as regras internacionais de comércio Do ponto de vista brasileiro, a mais chocante infração está no algodão.Embora tenhamos iniciado e ganho um processo contra os Estados Unidos na OMC, não só não levamos nada como ainda temos que assistir ao passeio que o poderoso lobby do algodão está dando no Brasil,no sistema internacional de solução de controvérsias e no discurso liberal do governo americano.
O presidente Bush está ameaçando vetar estes projetos de lei.Será que ele ainda tem cacife para vetar alguma coisa? E o nosso governo?

A guerra nas estrelas volta a ser atual

Ontem os Estados Unidos deram mais uma demonstração de sua formidável capacidade tecnológica ao derrubar ,com um míssel, um satélite apagado que ameaçava causar grandes danos em seu retorno à Terra.Não é um feito sem precedentes pois a China fez o mesmo há pouco tempo atrás .Mas é certamente uma demonstração de que a capacidade estratégica militar dos Estados Unidos continua a ser muito flexível e poderosa.Não prova a invulnerabilidade americana a ataques de mísseis balísticos pois o êxito da experiência ainda está longe de demonstrar a existência de um sistema 100% confiável de defesa , mas é sem dúvida parte de um programa militar de aperfeiçoamento do poder americano que pode mudar o equilíbrio nuclear mundial.
Por isto , já começaram os protestos russos e chineses contra uma escalada dos Estados Unidos.E certamente vai haver uma aceleração de seus esforços para acompanhar o progresso americano.Haja fôlego!

Crise econômica

Os shoppings visivelmente estão mais vazios nos Estados Unidos.A razão principal é a percepção dos consumidores que seu patrimônio encolheu por causa da crise imobiliária.Como os imóveis são uma parcela majoritária dos bens das pessoas , a queda de valor das propriedades está tendo forte efeito.Desde a grande depressão dos anos 30 , a dívida imobiliária dos americanos não era maior do que o valor das residências.Em outros termos, pelo menos 10% dos proprietários estão em atraso nas amortizações e sem muita perspectiva de sair do buraco.E isto afeta particularmente as populações de renda baixa, em especial os negros e os latinos.
Até aqui ,as medidas tomadas não foram capazes de melhorar a situação.Por isso, como informa o New York Times de hoje, o Congresso e o Executivo estão estudando medidas de alívio, como uma garantia federal para as hipotecas.Em ano eleitoral ,não dá para esperar que o mercado resolva o problema sozinho.

Estagflação?

Importante matéria no Wall Street Journal de hoje revela que tem havido elevações rápidas da inflação americana, combinadas com um quadro econômico em deterioração.
Sendo assim, estaria se configurando um quadro de estagflação –uma combinação de recessão e inflação , gênero de dificuldade econômica que só foi tipificada nos últimos trinta anos e que vem a ser uma mistura perversa.A combinação de crise imobiliária, crise de crédito e alta do petróleo está na raiz deste mal. Nos Estados Unidos , de onde acabo de voltar, as avaliações sobre o estado da economia são sombrias.

Eleições americanas

Em uma breve viagem as Estados Unidos, registro três impressões que me ficaram de conversas com analistas políticos ou pessoas comuns , de ler jornais e ver televisão:
1. Esta será uma eleição de grandes temas e desejos de mudança.Segundo especialistas, é a primeira vez na História que a maioria dos americanos acham que a vida de seus filhos será pior do que a sua.Daí o anseio por um novo rumo e uma melhor posição da América no mundo.
2. A rejeição a Bush é imensa. Na preferência dos eleitores,os democratas são grandes favoritos.Só perderão se jogarem mal suas cartas.
3. Entre os democratas , Obama é a bola da vez.Encarna a renovação da política americana.Nele estão as melhores esperanças de recuperação do prestígio internacional dos Estados Unidos.Tem também a menor rejeição de todos os principais contendores.Hoje o senador de Illinois é o preferido dos profissionais, embora ainda não tenha assegurado a escolha de seu partido.

Gás da Bolívia

Quase pedindo desculpas pela insistência, o ministro Celso Amorim disse que o Brasil não pode aceitar que a Bolívia reduza o fornecimento contratado de gás.É uma boa notícia , até pelo ineditismo da firmeza.Vamos torcer para que assim continue.

Venezuela: sempre a incompetência bolivariana

Em novo capítulo lamentável de suas fanfarronices,o coronel Chavez acaba de anunciar uma grande surpresa:não vai mais suspender as vendas de petróleo em retaliação pelo processo que a ExxonMobil iniciou contra a PDVSA.Ninguém havia acreditado na sua anterior bazófia, já que seria um enorme tiro no pé pois 2/3 do petróleo venezuelano são exportados para os Estados Unidos.
Enquanto isso, o atual declínio dos preços de petróleo já assusta os chavistas e indica que as dificuldades da PDVSA para manter a produção vão sendo exacerbadas.Artigo muito interessante no Economist desta semana contém amplas informações sobre os problemas da estatal venezuelana.

Kosovo

A declaração da independência do Kosovo coloca questões que remontam ao século XIX: os Balcãs em profunda crise , a Sérvia- irada e isolada- recebe o apoio da Rússia.Só que contra a Sérvia ,em vez do Império Austro-Húngaro, estão juntos a União Européia e os Estados Unidos. Haverá um novo assassinato de “arquiduque”como em 1914? É possível, já os sérvios podem facilmente ser classificados como o povo mais truculento da Europa.
Mas , malgrado a simpatia que os kosovares possam inspirar, o Brasil não pode ser favorável à desastabilização de fronteiras e à secessão de províncias ou regiões. Nos primórdios da independência esta foi a questão fundamental de nossa história.Hoje, ainda é um tema atual na América do Sul sobre o qual devemos manter coerência com nossa posição tradicional.

A briga Venezuela x ExxonMobil segue

Chavez , fanfarrão como sempre, ameaça agora cortar o suprimento de petróleo que envia aos Estados Unidos.Esta remessa representa cerca de 13% do total importado .Em teoria ,portanto ,sua carta seria poderosa. Os Estados Unidos ,por sua vez, replicaram pelo secretário de energia que a Exxon poderia facilmente repor o óleo que a PDVSA deixaria de vender e que ,se necessário for,o governo americano poderia oferecer à Exxon petróleo da reserva estratégica. Talvez haja exagero nestas afirmações .
Mas a realidade é que ,nessa queda de braço, o coronel é quem se machucaria mais com uma escalada além da retórica, pois certamente não encontraria comprador alternativo para seu petróleo e teria um rombo gravíssimo em suas já combalidas contas públicas.

Putin

Em sua entrevista coletiva de despedida, o Presidente Vladimir Putin esbanjou confiança no futuro da Rússia( e no seu próprio).Por outro lado, usou um tom ameaçador , de grande urso que sai da hibernação, inclusive revivendo os idos da doutrina Breznhev quando ameaçou apontar os mísseis para os países da Europe Oriental que forem longe demais no alinhamento com os Estados Unidos.
Não se pode negar que Putin recuperou a auto-estima da grande nação ,tão malbaratada pelo total fracasso do regime comunista e pelo descontrole e ridículo dos anos Ielstin. Na sua longuíssima conversa com a imprensa , Putin afirmou que tinha traçado um plano estratégico para o desenvolvimento do país até 2020 e que acompanharia sua execução “tão longamente quanto possível”.Confirmou que será o próximo primeiro ministro.
No Ocidente , existe agora uma certa ansiedade com a subida de tom dos russos , que reaviva memórias de confrontação.É preciso não esquecer, entretanto , que ,após a vitória na Guerra Fria , os Estados Unidos trataram a Rússia como um inimigo derrotado e nunca buscaram construir com ela uma parceria estratégica. Fizeram o paralelo com a Alemanha e o Japão de 1945 , países esmagados na II Guerra, que foram forçados a acompanhar todas as orientações dos Estados Unidos.Mas não levaram em conta que a Russia não havia sido derrotada no campo de batalha,nem invadida, nem bombardeada com armas nucleares.
É por isso que , assim que pode reerguer-se , a Rússia voltou a afirmar seu orgulho de super-potência. Putin é tão popular por que é o grande fiador desta volta por cima. Não é de estranhar, assim , que falar grosso seja um instrumento importante para a consolidação do seu poder.

Gás da Bolívia- 2o.capítulo da atual novela

Bravos à Petrobrás pela firmeza demonstrada na defesa dos interesses brasileiros contra a esperteza e a dubiedade da Bolívia.Vamos ver se o governo não tira o tapete da nossa empresa.É bem possível a julgar pelo passado recente.

Sem luvas

Obama e Hillary estão se bicando por causa de comércio internacional.Disse o senador de Illinois: “No tempo em que seu marido assinou o NAFTA ,ela dizia a todos como era bom o livre comércio.Agora que ela está concorrendo à presidência, Hillary mudou de idéia e diz que é necessário dar um tempo.Ninguém sabe quanto vai durar este tempo.Talvez termine depois das eleições”.
O comentário é ferino.Todos sabem das ligações do Partido Democrata com os sindicatos e portanto de seus pendores protecionistas.Assim ,Obama acusa Hillary de oportunismo e falsidade pois ,passadas as eleições, ela voltaria a favorecer o livre comércio, enganando os trabalhistas.
A esta altura da campanha, a briga já acontece sem luvas.

Bolívia

Vem aí nova manobra boliviana para extrair concessões do Brasil em matéria de fornecimento de gás.Agora é Garcia Linera , o vice-presidente que na realidade é quem manda em La Paz , que vem ao Brasil avisar que não vai fornecer gás nos volumes contratados e ainda por cima não quer pagar a multa devida.Deseja uma “compreensão política” por que não tem gás e precisa também vender para a Argentina.
A situação é de exclusiva responsabilidade da Bolívia ,que hoje está em dificuldade para honrar seus compromissos de fornecimento pois violou o contrato com a Petrobrás ao fazer uma nacionalização afrontosa em 2006 e uma gestão incompetente depois disso.
Espera-se que a Petrobrás resista.Mas o governo brasileiro certamente vai ceder , em prejuízo dos interesses energéticos do Brasil.

Petróleo:previsões

A Agência Internacional de Energia revisou para baixo sua projeção da demanda mundial de petróleo ,passando da avaliação de um crescimento de 2,2% em 2008 ,que havia feito em julho passado, para 1,9% agora . Por outro lado, prevê a AIE que o preço de petróleo WTI atingirá no ano a média de US$ 86.4 por barril, o que é compatível com a queda de 7% que o preço já sofreu desde o pico de janeiro passado. Como a oferta global não vem crescendo , no entanto, o mercado continuará ajustado e portanto muito sensível a tensões geopolíticas no Oriente Médio,na África e na Venezuela.As previsões de preço são ,por isso, meramente indicativas
Outra análise muito interessante para nós consta de relatório do Departamento de Energia dos Estados Unidos,ontem divulgado, segundo a qual o Brasil dará a maior contribuição em 2008 para a expansão da oferta mundial de petróleo, compensando o declínio do México,Noruega e Escócia.

Obama em alta

As oito vitórias consecutivas de Barack Obama estão alterando o quadro das candidaturas no Partido Democrata.O senador ,antes de tudo, tem agora a seu favor o “momentum” ( que um carioca chamaria de maré favorável).Segundo , os seus votos estariam vindo de eleitores que favorecem a mudança sobre a experiência, à razão de 2 por um em Maryland e Virgínia. Terceiro, segundo as pesquisas, os eleitores preferem Obama a Hillary para enfrentar a crise da economia americana.
As primárias do Texas e de Ohia no dia 4 de março serão decisivas.Até aqui ,em termos de delegados já garantidos, os dois estão próximos e têm ainda que percorrer metade do caminho necessário para garantir a escolha do Partido.Se Hillary não ganhar de forma significativa nos dois grandes estados , sua candidatura estará à beira do naufrágio.

O coronel em seu labirinto

A taxa de inflação venezuelana em 2007 chegou a 22,5%,muito acima das previsões oficiais.Os preços dos alimentos ,por sua vez,subiram 30,9% no ano passado e isso malgrado amplos subsídios a produtos de consumo popular.
O coronel sabe que estes números são um veneno político para seu regime “bolivariano” pois atinge diretamente o poder de compra das camadas mais pobres da população,seus eleitores.A derrota no referendo já foi um aviso sonoro.Para combater estas tendências,Chavez ainda não está caçando bói no pasto, mas quase.Já foi obrigado a aumentar o preço do leite subsidiado,dada a escassez do produto.Já ameaçou de expropiação as empresas que reduziram ou deixaram de produzir( pela insegurança jurídica ou pela falta de condições econômicas de operação).Já reformou a moeda tirando três zeros, a pretexto de fortalece-la.As contramedidas não funcionam e dificilmente funcionarão.

É um filme bem conhecido.

Sic transit gloria

A General Motors anunciou hoje um prejuízo de 722 milhões de dólares no último trimestre de 2007.Reverteu-se assim a tendência de recuperação que havia sido demonstrada no ano passado.A queda foi atribuída a uma severa contração do mercado e a prejuízos do braço financeiro do grupo.Claramente , a erosão da capacidade de ganhar dinheiro da GM avança mais depressa do que sua capacidade de reestruturação.
O gigante de Detroit já foi um símbolo do poder econômico americano.Hoje, é o retrato da perda de substância da indústria nos Estados Unidos em benefício dos novos líderes que são as empresas de serviços ,como a Google e a Microsoft.

devaneios diplomáticos

Diz matéria de hoje na Gazeta Mercantil que “o Itamaraty tenta reforçar o nome do Brasil como um interlocutor relevante no processo de paz entre israelenses e palestinos”.
Se for verdade, é mais um exemplo da política externa de muita conversa fiada e resultados nulos do atual governo.Trata-se ,como se diz na gíria, de uma “pegadinha”.O conflito no Oriente Médio é ,sem dúvida, o mais difícil e grave impasse do nosso tempo.Até hoje,nenhuma liderança ou nenhum país foi capaz de resolve-lo, embora a estrada esteja cheia de destroços de tentativas frustradas.
O Brasil não tem qualquer condição de desempenhar um papel relevante nessa dramática questão.Como ,aliás ,a imensa maioria dos países do mundo, infelizmente.

Timor Leste

O grave atentado contra Ramos Horta sublinha a fragilidade de Timor.Após anos de uma dura ocupação indonésia e um nascimento penoso como país independente, esperava –se muito da presidência de José Ramos Horta – um homem pacífico e suave. O ataque armado que ele e Xanana Gusmão, o herói da independência , sofreram ontem mostra que a consolidação institucional timorense ainda é muito precária.Mesmo com todo o apoio internacional que recebe , tardará muito até que Timor Leste possa superar os traumatismos de sua história recente.

Competência bolivariana 2

Vale a pena ler a matéria de Simon Romero no New York Times de hoje(www.nytimes.com) sobre a rápida perda de substância política do coronel Chavez,que vai sendo abandonado pelos seus próprios adeptos.
Não tinham contado ao coronel que , depois da queda do muro de Berlim, o socialismo deixou de ser um modo confiável de gerir uma economia.Agora que a da Venezuela está caótica,fica claro que nem com o petróleo a 100 dólares por barril é possível seguir a velha cartilha sem dar com os burros na água.

Fraude bancária?

O episódio da fraude no banco francês Société Générale vai evoluindo de um caso policialesco de fraude por um operador superdotado para um questionamento muito mais amplo da própria integridade da instituição financeira.
Relatório recente da ministra Lagarde, das Finanças, indica que “os controles internos do banco não funcionaram e os que funcionaram não foram observados propriamente”.E o mais grave é que ,enquanto as apostas atrevidas e não autorizadas de Jerome Kerviel deram certo( em 2007 suas estrepolias haviam rendido 1,4 bilhão de euros ao banco ), estava tudo bem.Por isso , o operador lamenta-se agora que “ enquanto eu estava no lucro ninguém dizia nada”.
Cresce assim a impressão de que os dias da Société Générale estão contados.

Credibilidade

O governo argentino anunciou que a inflação dos últimos doze meses foi de 8,2%.Já o sindicato dos funcionários da INDEC ( o IBGE deles) anunciou que , em 2007, por sua vez calcula a inflação em 22.3%.O FMI pediu explicações sobre a metodologia usada pelo governo.Se não for convencido da confiabilidade dos dados ,o Fundo pode excluir os números macroeconômicos da Argentina de suas publicações oficiais ,o que representaria um sério golpe para a credibilidade do governo Kirchner 2.

O dilema de McCain

A retirada da candidatura de Mitt Romney , deixou o caminho totalmente aberto para John McCain mas não resolveu o problema da divisão interna do Partido Republicano. Nas primárias até aqui realizadas,calcula-se que o senador só teve o apoio de 30% dos eleitores que se consideram conservadores.Ora ,estes são a corrente majoritária dos republicanos e McCain terá de conquistá-los para ganhar as eleições.
A dificuldade para ele está em que o seu principal trunfo é ser percebido como o oposto do impopularíssimo George Bush, o ídolo dos conservadores.Agora precisa demonstrar que é diferente, mas não tanto assim.

Competência bolivariana

O coronel vai de mal a pior.Agora , tribunais dos Estados Unidos,,Inglaterra e Holanda decretaram o bloqueio de US$ 12 bilhões em ativos da estatal venezuelana PDVSA em punição pela nacionalização de um campo de óleo pesado no leste do país.
A má notícia vem no momento em que a PDVSA está sofrendo uma redução de sua produção de petróleo de 3.4 milhões de barris por dia em 2002 para 2.45 milhões atualmente.A despeito dos altos preços do petróleo, a companhia sofre os efeitos de uma folha salarial em expansão, dívida crescente ,gasolina subsidiada ( o litro custa cerca de 20 centavos de reais) e , sobretudo, de programas sociais cada vez mais onerosos que o coronel a obriga a custear.Com isso, o investimento em exploração de petróleo vai caindo.
Em outras palavras, mesmo com os atuais preços do petróleo,Chavez está conseguindo afundar a estatal venezuelana.Se os preços baixarem...

Privacidade

O site Economist.com publica uma informação inquietante a respeito dos países onde a privacidade dos cidadãos é mais sujeita à intrusão do estado.Citando uma pesquisa da Privacy International, informa que ,entre os seis países onde o estado é mais intrusivo, situam-se duas das mais antigas democracias do mundo:os Estados Unidos e a Grâ –Bretanha.Quanto ao Brasil , não há menção alguma.

Continua a alta

Os preços do trigo bateram ontem novo recorde na Bolsa de Chicago.Contribuem para isso o suprimento reduzido de trigo nos Estados Unidos e menores colheitas mundiais.Os estoques internacionais de trigo devem cair para 110 milhões de toneladas, segundo o Departamento de Agricultura americano.Este é o menor nível desde 1978.

Protecionismo em alta

O governo Bush está aumentando a pressão no Congresso para aprovar os acordos comerciais já negociados com Colômbia,Panamá e Coréia do Sul.A maioria democrata vem manifestando sua oposição à iniciativa.Em tempos de contração na economia e com a aproximação das eleições de novembro ,os congressistas americanos preferem falar de regras mais protecionistas do que de aberturas.
De todo modo, no ritmo em que vai, Bush em breve não consegue nem que lhe sirvam cafezinho.Por isso ,qualquer conversa sobre finalizar a Rodada Doha este ano é balela ou delírio.

As primárias da super-terça

A super-terça das primárias americanas praticamente deu a vitória a John McCain pelos republicanos.Já no campo dos democratas ,a situação é pouco clara.Obama ganhou na maioria dos Estados em jogo mas a sra. Clinton acumulou mais delegados à convenção ,que é o que conta.Ontem ,segundo o Gallup, Hillary voltou a ter uma liderança de 5 pontos percentuais em escala nacional.
O principal trunfo de Hillary consiste no apoio esmagador das mulheres com mais de 30 anos,que são a maioria do eleitorado democrata.Barack Obama continua forte entre os liberais ricos,os jovens e os negros mas não conseguiu expandir sua base eleitoral para capturar os votos da maioria branca,nem dos hispânicos.
Tudo indica que a disputa entre os dois candidatos democratas ainda vai durar um bom tempo.

Novamente na Bolívia?

O Banco Central da Bolívia acaba de informar que a inflação chegou a 11.73% em 2007, com forte aceleração no ano .A meta de inflacionária de 8% parece assim inviabilizada.É mais uma demonstração da incompetência do governo de Evo Morales ,que vai agora ter enfrentar duras negociações de dissídios coletivos salariais.A deterioração dos indicadores de preços - que não deve ficar por aí- traz à memória a hiperinflação dos anos oitenta que levou o governo esquerdista de Siles Zuazo ao descrédito e ao colapso.

Gangorra

As marchas de ontem contra as FARC mobilizaram cinco milhões de pessoas na Colômbia e em outros países do continente.Isso pouco importa para Marulanda e seus seguidores ,que trabalham com sequestros e drogas e não com popularidade ou legitimidade política.Por outro lado,certamente tais marchas vão aumentar mais ainda a popularidade do presidente Uribe , que já está em níveis recorde de aprovação.
Enquanto isso, encolhe o amigo das FARC, Hugo Chavez

As armas dos Estados Unidos

Com a recente apresentação do orçamento federal para 2008/2009,os especialistas puderam calcular o montante previsto dos gastos militares dos Estados Unidos.O Pentágono terá verbas de 481.4 bilhões de dólares.Esta cifra não inclui os gastos nas guerras do Iraque e do Afganistão ,que são objeto de “ alocações suplementares de emergência” e montam a 193 bilhões( aumento de 13% sobre 2007).As verbas da chamada “guerra global ao terrorismo” somam 145 bilhões em 2008 e também são adicionais ao orçamento do Pentágono.O total dos gastos militares americanos chega portanto a 820 bilhões.
E os resultados deste mega-investimento? Para um leigo,não parecem proporcionais.

Hillary em lágrimas

Pela segunda vez na campanha eleitoral americana,Hillary chorou.Na primeira, quando estava à beira do desastre depois da derrota na primária de New Hampshire, emocionou o público e acabou ganhando a prévia seguinte.Agora , às vésperas do Super Tuesday com mais de vinte estados em disputa,ela voltou a chorar num comício.
As opiniões estão divididas.Uma corrente acha que é mais um truque de grande manipuladora para ganhar o voto feminino.Outra corrente acha que , mesmo tendo um formidável auto-controle e disciplina,ela é humana e portanto capaz de chorar.
Creio que ela foi genuína ao revelar sua emoção.Hillary é muito ambiciosa e determinada mas está longe de ser o monstro que os conservadores procuram caracterizar.

Rivalidade superada?

O New York Times de hoje traz uma matéria muito interessante sobre a rivalidade Brasil-Argentina.A frase chave é:"A descoberta do mega campo de Tupi pela Petrobrás aumentou os sentimentos de nostalgia e introspecção da Argentina.Em duas gerações,a reação havia passado, primeiro, de negação,depois de resignação e finalmente de respeito.Hoje os argentinos parecem estar chegando ao ponto mais humilde:o desejo de emular uma nação que eles sempre julgaram inferior.
Acho duvidoso que tenham sido superados todas as rivalidade mas , sem dúvida,não existem mais a acrimônia e a agressividade dos tempos da querela de Itaipu,há trinta anos.O que tornava agudos estes maus sentimentos eram o pensamento e as inclinações dos estamentos militares e burocráticos da ambas as partes.Mas que os argentinos tenham se tornado humildes em relação ao Brasil é ir longe demais.

A polêmica do desmatamento

A Ministra Marina Silva, uma pessoa de grande integridade,admitiu o crescimento abrupto das taxas de desmatamento na Amazônia.Isto coloca o governo em posição incômoda , já que tinha proclamado com grandes fanfarras ,como sempre ,que na gestão Lula tinha sido feitos grandes progressos ao diminuir a devastação da nossa grande floresta.Com as más notícias,piora a posição do Brasil como um dos maiores responsáveis por emissões de gases estufa que aceleram o aquecimento global.
Controlar o desmatamento não é fácil já que existem grandes interesses econômicos nisso: madeira,aumento da área cultivável para alimentos e pastagens.Mas não há de ser desmentindo as medições científicas dos satélites,nem incentivando a manipulação dos dados que o Brasil vai adquirir melhores credenciais no combate ao aquecimento global.