sexta-feira, 4 de abril de 2008

É melhor não provocar o urso

Em sua reunião de cúpula de Bucareste ,a OTAN decidiu ontem adiar a adesão da Ucrânia e da Georgia.Seguiu assim o caminho do bom senso, ao contrário do que preconizava George Bush.Se a União Européia precisava ter uma lógica de alargamento por razões históricas , a expansão não deveria ser um objetivo principal para a OTAN.
Para países que faziam parte da finada União Soviética, ser membros da aliança atlântica funcionaria como uma espécie de seguro contra a mão pesada de Moscou.Inversamente,tal adesão não poderia deixar de ser vista pela Rússia como um cerco e uma provocação.Putin e seu sucessor teriam bons argumentos para aprofundar seu discurso agressivamente nacionalista se tanto a Ucrânia quanto a Georgia( a pátria de Yussef V. Stalin) - com quem a Rússia tem hoje querelas importantes – tivessem sido convidados a entrar para uma aliança militar cuja razão de ser original era confrontar a URSS.
Bush queria uma decisão ideologicamente enraizada na Guerra Fria.Mas os países europeus, vizinhos do grande urso, compreenderam que era preferível não provocá-lo e conduziram à sensata decisão de adiar o assunto.

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